CPI da Vale ouve representantes da mineradora
Dando continuidade aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Vale, que investiga denúncias de supostos calotes praticados pela mineradora contra trabalhadores e empresários em Parauapebas, foi realizada uma oitiva na última sexta-feira (23).
Plínio Tocchetto, Bruno Passos e Luiz Veloso
Na ocasião, a CPI colheu o depoimento do líder executivo do Ramal Ferroviário, Plínio Tocchetto, que estava acompanhado do gerente de Relações Institucionais da Vale, Luiz Veloso, e do advogado da mineradora, Bruno Passos.
A presidente da CPI, vereadora Eliene Soares (PMDB), abriu os trabalhos e o relator, José Coutinho (PMDB), conduziu os questionamentos. Os demais membros, Joel do Sindicato (DEM), Horácio Martins (PSD) e Francisca Ciza (DEM), também participaram da oitiva, com o assessoramento dos procuradores da Câmara, Cícero Barros e Jeanny Frateschi.
Empresa Integral
As perguntas feitas ao representante da Vale foram a respeito da relação da mineradora com a empresa terceirizada Integral Engenharia, que se encontra inadimplente com alguns fornecedores locais e ex-funcionários.
Plínio Tocchetto informou que a empresa Integral foi contratada pela Vale para fazer a implantação de infraestruturas do Ramal Ferroviário, no trecho entre os estados do Pará e Maranhão. Segundo ele, o contrato previa a subcontratação de outras empresas na execução da obra. Algumas destas subcontratações só eram realizadas com aprovação prévia da mineradora, de acordo com a atividade prestada.
José Coutinho e Eliene Soares perguntaram se a Vale tinha conhecimento da inadimplência da Integral com fornecedores e funcionários há mais de um ano. Plínio informou que sim.
“Sabíamos de um débito de R$ 2,8 milhões. Mas o valor do contrato entre a Vale e a Integral era superior a este valor”, explicou Plínio Tocchetto.
Joel do Sindicato e Horácio Martins questionaram a veracidade da informação de que a mineradora teria pressionado empresas terceirizadas a trabalharem sob a justificativa de que se a Integral não pagasse a Vale pagaria. Plínio disse que isso não ocorreu.
“A Vale afirma que a responsabilidade do pagamento é da Integral. Tudo que ela tinha para receber, já recebeu. Todos os serviços foram pagos”, informou.
Por fim, o representante da Vale relatou ainda que a mineradora está em constante diálogo com a Integral. A causa está sendo analisada por uma arbitragem independente, para que não seja necessário ir à justiça comum, mas não há data para o resultado. Informou ainda que a companhia depositou R$ 8,5 milhões sub judice para custear possíveis encargos trabalhistas resultantes da ação.
Trabalhos da CPI
Ao final da oitiva, Eliene Soares comunicou que as perguntas serão encaminhadas via documento para a Vale, para que sejam respondidas formalmente também e posteriormente vão ser anexadas ao material da CPI.
Os trabalhos da CPI da Vale continuam. O prazo para averiguação dos fatos é de 180 dias, contados a partir da data de instalação da comissão, que ocorreu no mês de março e poderá ser prorrogado por mais 60 dias.
Texto e fotos: Nayara Cristina / Revisão: Waldyr Silva / Ascomleg
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