Colocação de flúor na água distribuída pelo Saaep é sugerida na Câmara
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, do Ministério da Saúde, a região Norte do país lidera com o maior número de pessoas com cáries. A última pesquisa revelou que tem crescido esse número no Norte, diferente das outras regiões do país que obtiveram reduções significativas.
Estudos têm demonstrado que nos últimos tempos a condição social tem sido o indicador dos fatores de risco para a cárie. A baixa renda pode ser associada a menos acesso aos serviços odontológicos e aos produtos de higiene, também ao menor conhecimento sobre os corretos hábitos de higiene bucal e consequentemente à alta prevalência e severidade de cárie dentária.
Embora a rede municipal tenha consultórios odontológicos para atender à população, é sabido que ela não consegue atender a toda demanda, necessitando, assim, investir na prevenção, como a fluoretação da água.
A água de abastecimento público fluoretada é considerada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos uma das dez maiores medidas de saúde pública do século XX.
Diversos estudos em diferentes países demonstram que a fluoretação reduz a cárie dentária. No Brasil, os resultados não foram diferentes. Dados do último levantamento feito em 2003 demonstraram que o índice CPOD (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados) aos 12 anos foi de 2,73, enquanto em 1986 era de 6,8, sendo a menor prevalência de cárie em populações com acesso à água fluoretada, quando comparado com a população sem acesso a esse meio.
Este dado também se confirma no Estado de São Paulo no ano de 2002, onde adolescentes de 12 anos de idade apresentaram o índice CPOD 2,33 em municípios com água fluoretada e 3,51 em municípios sem água fluoretada.
Diversos pesquisadores revelam que dentre os meios de utilização do flúor a fluoretação das águas de abastecimento é considerada o mais efetivo e abrangente na redução das desigualdades sociais em relação à cárie dental.
Diante destes fatos, o vereador Bruno Soares (PP) solicitou a fluoretação das águas de abastecimento do município de Parauapebas. O parlamentar lembrou ainda que deve ser observada a Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e potabilidade. O pedido foi feito por meio do Requerimento n° 54/2015, na sessão ordinária de quarta-feira, 14 de outubro.
A proposição foi aprovada unanimemente pelo parlamento e será encaminhada ao chefe do Executivo e à gestora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep), Francisquinha de Almeida Vieira.
Texto: Josiane Quintino
AscomLeg
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