Eliene Soares propõe criação de programa para cuidar da saúde mental de educadores

Eliene Soares - MDB

“A pandemia de coronavírus pôs de cabeça para baixo a maneira de ofertar ensino e aprendizagem na educação pública, trazendo consigo longas jornadas de atividades virtuais, desafios técnicos e alto nível de cobrança aos educadores. Tudo isso junto tem potencial de levar ao esgotamento profissional. O quadro de incertezas quanto à duração da pandemia, o surgimento de variantes do coronavírus e a eficácia das vacinas, bem como a exaustão e a ansiedade, são realidades e desafios para professores de todo o país”, justificou a vereadora.

Eliene cita na proposição pesquisa realizada pela ONG Nova Escola, que constatou que 72% dos educadores entrevistados tiveram a saúde mental afetada desde o início da pandemia. Em Parauapebas não é diferente. Entre os cerca de 2.200 educadores (professores, coordenadores pedagógicos, vice-diretores e diretores), não são poucos os casos de professores que se isolaram e se deprimiram por conta das notícias cada vez piores do agravamento da pandemia.

“A verdade é que muita gente nem se dá conta e, não raramente, já está envolta num universo de depressão e à beira de suicídio. A questão é muito séria e precisamos cuidar de nossos servidores. Por essa razão, e em face de estarmos no mês de reflexão com relação ao suicídio, o Setembro Amarelo, é que sugiro ao Poder Executivo que estude a possibilidade de implantar um programa dedicado à saúde mental dos educadores”, enfatizou.

A vereadora sugeriu ainda que a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) seja parceira no programa, dando suporte de formação técnica ao Devass, a fim de que seja possível realizar o mapeamento das principais fontes de estresse ocupacional, de modo a melhorar o ambiente e gerar uma cultura saudável na rede de ensino.

“A medida é importante, principalmente, porque estamos diante do retorno das aulas presenciais. Nesse retorno, a violência, o contato com o mundo das drogas e a carência socioeconômica dos alunos são questões muito graves e complexas para serem resolvidas pela escola. Não há como separar a realidade dos alunos das situações de aprendizagem, porém é possível oferecer aos professores um maior preparo para lidar com tais questões”, finalizou Eliene Soares.

A Indicação nº 587/2021 foi aprovada e será enviada para o prefeito Darci Lermen e os secretários municipais de Educação, José Leal, e de Saúde, Gilberto Laranjeiras.

Texto: Nayara Cristina / Revisão: Waldyr Silva / Fotos: Felipe Borges / AscomLeg 2021