Câmara declara Associação Filhas do Mel da Amazônia como entidade de utilidade pública
Fomentando a agricultura familiar e a valorização da mulher rural, a Associação Filhas do Mel da Amazônia (AFMA) tem desempenhado importante papel na sustentabilidade e no desenvolvimento das atividades melicultoras e meliponicultoras no município de Parauapebas.
Fundada por um grupo de agricultores pioneiros na zona rural do município, em sua maioria por remanescentes dos primeiros projetos de assentamentos de reforma agrária e áreas colonizadas pelo Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins (Getat), a associação congregou apicultores e meliponicultores que buscavam desenvolver suas atividades rurais de forma sustentável, gerando emprego e renda às suas famílias através da criação de abelhas.
Desde sua fundação, em 2014, a instituição tem sido formidável no empreendedorismo socioambiental, razão pela qual, o vereador Luiz Castilho (Pros) apresentou o Projeto de Lei nº 21/2021 propondo a concessão do Título de Utilidade Pública Municipal à Associação Filhas do Mel da Amazônia – AFMA.
Conforme explicou o vereador Luiz Castilho, o título é uma forma de reconhecer o papel de destaque da instituição na promoção do bem-estar social. “Minha intenção é contribuir com para a visibilidade e valorização das atividades ecossistêmicas realizadas pela AFMA, sendo imperioso o seu reconhecimento público pelos relevantes serviços prestados à nossa sociedade”, destacou o vereador Castilho.
Vereador Luiz Castilho, autor do Projeto de Lei que concede o título à AFMA
Protagonismo feminino
Atualmente, a AFMA é composta por 24 agricultores familiares, em sua maioria mulheres. O protagonismo feminino tem modificado a prática das relações entre as mulheres e a natureza, as comunidades, instituições públicas, empresas, Organizações Não Governamentais (ONG 's) e demais apoiadores do empreendimento socioambiental, ao ponto de hoje serem conhecidas como “as mulheres do mel”.
Em relação às atividades que a AFMA desenvolve, tanto a apicultura como a meliponicultura, constituem-se como serviços de extrema relevância para a preservação ambiental e recuperação das áreas degradadas, considerando que as abelhas são as principais polinizadoras das árvores da floresta e das demais espécies frutíferas, o que representa 1/3 dos alimentos consumidos pela humanidade, ou seja, a polinização das abelhas tem papel fundamental na base da cadeia alimentar e seu valor é imensurável para a segurança alimentar, a biodiversidade e a manutenção dos ambientes naturais da nossa região.
As atividades desenvolvidas pela AFMA melhoram as condições de vida dos agricultores familiares, uma vez que aumentam as suas vendas e, respectivamente, o poder aquisitivo. Os produtos naturais como mel, própolis, cera, geleia real, entre outros derivados como os sabonetes artesanais e os pães de mel, são comercializados pelo grupo gerando renda e oferta de alimentos sustentáveis para os moradores de Parauapebas.
É importante destacar que os resultados produtivos da AFMA vêm crescendo, sendo que atualmente contam com 380 caixas de colmeia de abelhas Apis Mellifera e 209 de abelhas Melíponas (sem ferrão), totalizando 589 caixas de abelha, uma produção de mel que chegou a seis toneladas no ano de 2020.
Os resultados das atividades da AFMA contribuem não só para o aumento da renda familiar, mas, também, ao estímulo de atividades que são desenvolvidas e lideradas por mulheres, promovendo a inclusão social e a saída delas do anonimato, uma vez que é meramente comum a mulher rural ser vista como auxiliar dos serviços do campo.
Nas atividades de apicultura e meliponicultura as mulheres têm participação direta, adquirem capacitação e profissionalização diferenciada, o que proporciona o aumento da atuação feminina na economia local, além de permitir o seu protagonismo como executora de serviços ecossistêmicos de preservação ambiental, sendo, portanto, agentes de desenvolvimento local sustentável.
Votação
Ao ser colocado em discussão e votação parlamentar, o Projeto de Lei nº 21/2021 foi aprovado em unanimidade entre os legisladores. Com o parecer favorável da Casa Legislativa, o projeto segue para sanção do prefeito municipal Darci Lermen.
Texto: Josiane Quintino (AscomLeg 2021)
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