Legislativo aprova Moção de Repúdio a nomeação de servidor suspeito de praticar violência contra a mulher

Maquivalda Barros (PDT)

“No dia 22 de janeiro de 2025, esta parlamentar foi vítima de ato de violência, com agressão moral e psicológica praticada por Wisley Noé Marques Cardoso, o qual exercia o cargo de Assessor Parlamentar V, lotado no gabinete do vereador José Ramos de Oliveira, vulgo ‘Zé da Lata’ que é pai do Prefeito Municipal”, informou Maquivalda no texto da moção.

Em decorrência da suposta violência praticada contra a mulher, foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Câmara para apurar os fatos e o servidor citado foi desconstituído do cargo no início do mês de maio de 2025.

Porém, de acordo com a parlamentar, apenas dois meses depois, o mesmo servidor foi nomeado pelo prefeito para um cargo na prefeitura com um salário significativamente maior. "O servidor foi de certa forma bonificado pelo Executivo Municipal, vez que, tão logo foi destituído do cargo pelo Legislativo Municipal onde recebia salário no valor de R$ 2.000,00, foi nomeado para ocupar cargo público junto à Prefeitura Municipal com um salário ainda maior que o dobro do que recebia, fazendo parecer que o servidor está, de certa forma, sendo recompensado", pontuou.

Para Maquivalda Barros, a atitude do prefeito é um retrocesso. "Tal decisão representa um grave retrocesso nas políticas de enfrentamento à violência de gênero e um desrespeito ao compromisso que toda administração pública deve ter com os princípios da dignidade da pessoa humana, da moralidade administrativa e da proteção das mulheres", destacou.

A vereadora lembrou que, conforme estudo realizado pelo TEWÁ 2025, Parauapebas é a 5ª pior cidade para ser mulher no Brasil e que a nomeação do referido servidor "envia à sociedade uma mensagem de conivência com práticas que ferem os direitos humanos".

Aprovada em plenário, a Moção de Repúdio nº 6/2025 será encaminhada ao prefeito Aurélio Goiano, ao Ministério Público e à Delegacia da Mulher para conhecimento e providências cabíveis.

Texto: Nayara Cristina / Foto: Renato Resende / AscomLeg 2025