Projeto de lei de Eliene Soares sugere fisioterapia de reabilitação para mulheres mastectomizadas

Na justificativa da proposição, a autora do projeto explica que a mastectomia é um tipo de tratamento cirúrgico para o câncer de mama, ou seja, a retirada de toda a mama da mulher. A cirurgia acarreta mudanças físicas e psicológicas nas pacientes, que passam a enfrentar desafios, como a baixa autoestima. A situação é bastante dolorosa para as mulheres, que muitas vezes entram em depressão e a vontade que têm é de dar cabo à própria vida.

Eliene Soares revela que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que este ano sejam diagnosticados 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil, com risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Em termos comparativos, seria como se fosse detectada no país anualmente uma população inteira do tamanho de Canaã dos Carajás só de mulheres com câncer de mama.

“No Pará, desde 2010, segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 2.700 mulheres já passaram por mastectomia, desde procedimentos minimamente invasivos até os mais radicais, com a retirada total das duas mamas. Em Parauapebas, foram 24 procedimentos, mas o aparente baixo número se explica devido ao fato de que muitas mulheres daqui ainda procuram outros lugares para realizar o procedimento, como Marabá, Araguaína, Imperatriz, Belém e até São Paulo”, aponta a parlamentar.

A vereadora defende que para todas as mulheres que enfrentam mastectomia a fisioterapia cumpre papel importante na reabilitação física no período pós-operatório do câncer de mama, prevenindo algumas complicações, como alterações de sensibilidade e postura e o linfedema (falência do sistema linfático em determinada região).

Por isso, continua Eliene Soares, o presente projeto de lei busca ofertar o serviço de fisioterapia de reabilitação para mulheres mastectomizadas que tenham realizado o procedimento na rede pública municipal de saúde, aproveitando-se a equipe de profissionais com que a prefeitura já conta e sem, portanto, acarretar gastos adicionais aos cofres públicos.

“Deste modo, nós, nesta Casa de Leis, daremos nossa parcela de contribuição para tirar muitas mulheres da depressão após o difícil período de extirpação do câncer, em que muitas vezes elas acabam mutiladas na tentativa de se livrar da doença”, conclui Eliene Soares, conclamando os colegas vereadores para aprovação da matéria.

Depois de lido e discutido em plenário, o Projeto de Lei nº 85/2021 foi aprovado por unanimidade e agora ele será encaminhado para eventual sanção do prefeito Darci Lermen.

Texto: Waldyr Silva / Fotos: Felipe Borges / AscomLeg2021