Vereadora Eliene Soares sugere pacote de construção de novas escolas na rede municipal
Na sessão ordinária da última terça-feira (24), a vereadora Eliene Soares (MDB) revelou que nos últimos quinze anos o município de Parauapebas gastou em torno de R$ 45 milhões mantendo prédios locados para servir de escolas à rede pública municipal de ensino.
A parlamentar explicou que com R$ 45 milhões é possível erradicar os anexos e o turno intermediário. Inclusive, essa foi a constatação obtida em estudo realizado pelo gabinete da vereadora.
Eliene Soares ainda alegou que cabe ao secretário municipal de Educação, José Leal, a tarefa de manter os anexos, mas ele tem se mostrado disponível para mudar essa situação.
“Temos ouvido a comunidade e, em 2019, fizemos o primeiro levantamento que foi apresentado ao chefe do Executivo. Agora, atualizamos o levantamento e constatamos haver 12 mil estudantes matriculados em anexos e/ou em turno intermediário, o correspondente a um em cada quatro estudantes. Para matarmos esses ‘dois coelhos’ com uma só ‘cajadada’, não existe outra solução que não passe pela construção de novas escolas”, ressaltou Eliene Soares.
Ainda explicando a situação, a legisladora destacou que de imediato o município precisa de cinco escolas de ensino fundamental e três de educação infantil, para amparar a demanda reprimida atual. E que essas escolas precisam estar em lugares estratégicos, de grande adensamento populacional, a fim de garantir o acesso de todos.
Essas unidades contribuiriam com a geração de 8.600 vagas, que desafogariam outras escolas e aconchegariam a todos os 12 mil, mediante o funcionamento dos três turnos regulares do fundamental, o matutino, o vespertino e o noturno.
Hoje, o município gasta R$ 257 mil por mês com aluguéis. Com prédios próprios haveria condições tanto de zerar a demanda quanto de eliminar o custo anual de R$ 3 milhões com locações de imóveis, valor que, inclusive, já foi maior noutros anos.
Vereadora Eliene Soares (MDB)
Segundo dados apresentados pela vereadora, é necessária uma escola de ensino fundamental no Bairro Tropical II para 1.400 alunos; no Nova Carajás para 1.600 alunos; no Bairro Casas Populares para 1.200 alunos; no Cidade Jardim para 1.200 alunos e no Bairro São Lucas para 1.200 alunos.
Em relação à educação infantil, a demanda é de uma escola no Parque das Nações para 500 alunos; outra no Cidade Jardim para mil alunos e outra no Linha Verde para 500 alunos.
Para solucionar o problema, Eliene Soares pediu, por meio da Indicação nº 530/2021, que a prefeitura realize um pacote de construção de novas escolas na rede municipal.
“O pacote para construção das escolas custaria em torno de R$ 45 milhões, considerando-se o preço praticado nas licitações mais recentes, em que uma escola de ensino fundamental para 1.500 alunos sai em torno de R$ 6 milhões e uma unidade de educação infantil para até 500 alunos custa cerca de R$ 3 milhões. O investimento compensa o transtorno e as críticas que se arrastam há mais de década em relação a anexos, puxadinhos e turno intermediário”, revelou a vereadora.
Salas de estabilização na UBS
Eliene Soares aproveitou os debates parlamentares para pedir ao Poder Executivo que estude a possibilidade de implantar salas de estabilização em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona urbana para dar suporte prévio aos pacientes em situação de urgência.
O pedido foi feito na Indicação nº 531/2021, onde a parlamentar pediu ao prefeito Darci Lermen que estude a possibilidade de implantar as salas de estabilização.
A vereadora alegou que Parauapebas virou a cidade dos acidentes e que são muitas as notícias de ocorrências de episódios graves e/ou fatais. “Nosso município já é um dos três do Pará onde mais pessoas morrem em decorrência de acidentes, superando municípios mais populosos como Santarém e Marabá. É uma situação constrangedora para nós, que tanto lutamos para salvar vidas, e que, ao mesmo tempo, demonstra o quanto nossa cidade tem crescido populacionalmente, a ponto de superar cidades maiores em número de fatalidades”, ressaltou.
Por isso, é necessário olhar mais atentamente para as UBSs, os populares postinhos. Em Parauapebas temos 25 UBSs, de acordo com dados do Ministério da Saúde, e podem ser potencializados para seguir cada vez mais essencial aos nossos cidadãos.
Os postinhos muitas vezes recebem atendimentos de urgência para os quais não estão instrumentalmente preparados, sobretudo, por serem unidades básicas. Vítimas de acidentes ou grávidas em situação de trabalho de parto raramente são levadas às pressas aos postos de saúde para os primeiros atendimentos, sobretudo, em situações de demora para remoção ao hospital.
“Com a sala de estabilização será possível salvar vidas, fornecendo retaguarda 24 horas no caso de surgimento de pacientes graves e daqueles em frágil condição clínica decorrente de trauma ou outras condições relacionadas a processos que requeiram imediato cuidado clínico, cirúrgico, gineco-obstétrico ou em saúde mental”, finalizou Eliene Soares.
Encaminhamento
Após as devidas apresentações, as indicações foram submetidas à votação parlamentar e aprovadas em unanimidade. Com o parecer favorável da Câmara, ambas serão enviadas ao Poder Executivo, que deverá analisar e, se possível, implementar os pedidos.
Texto: Josiane Quintino / Revisão: Waldyr Silva / Foto: Felipe Borges (AscomLeg 2021)
Redes Sociais